sábado, 20 de junho de 2009

Sombra
Lua que brilha só
somente nua
redonda.
Seu véu é o espelho do sol.
Lua que trás contigo as estrelas,
agora estrela oculta.
Faltaste de ti um pedaço
que a terra comeu.
Deixastes de ser ser redonda.
Faltou para mim, seu brilho.
A terra pediu mais sol em noite de lua cheia.
Mariana Z.
Ilustração inspirada no poema Lua no cinema de Paulo Leminski.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Para olhar o céu

O som da chuva
o som do vento
as marcas
a areia
e o passeio das ondas.

Olho, invento
as cores refletindo n'água
dois olhos
espaço duro
terno, interno.

O zumbido e as gotas
nas folhas
as gotas.

A terra vermelha
a água nas pernas
a lama.

Por aí se vão os pássaros.
As árvores flutuam
ao nosso redor.

Os olhos, as ocas
meninos
e a lama nas pernas.

O rio, a ladeira
passos
cantoria
e os olhos
ainda olham a areia.

Mariana Z.



"Por que motivo o espetáculo do mar é tão infinitamente e eternamente agradável?
Por que o mar oferece, a um tempo, a idéia de imensidade e a do movimento. Seis ou sete léguas representam para o homem o raio do infinito. Eis aí um infinito diminutivo. Que importa, se ele basta para sugerir a idéia do infinito total?Doze ou quatorze léguas de líquido em movimento bastam para dar a mais alta idéia de beleza que se ofereça ao homem no seu habitáculo transitório."

Charles Baudelaire





Livro de pano.



Meu primeiro livro, realizado na oficina Livro de Pano em Abril deste ano na Casa das Rosas. A oficina foi ministrada pela arte-educadora Carmen Lazari.

Primeiro poema do livro.